Pular para o conteúdo principal

Amamentação: Minha experiência.

Eu sempre quis amamentar. Mesmo antes de engravidar eu já sabia de muitos benefícios do leite materno e da amamentação. Inclusive eu não entendia como algumas mulheres não amamentavam. Afinal de contas era uma coisa tão natural, quase instintiva! (Veja bem, era a imagem que eu tinha!)
Quando engravidei, me preocupei muito em fazer uma preparação dos seios, tinha medo da Melissa ter dificuldade em ter a pega correta por conta do mamilo invertido. Li muita coisa, pesquisei na internet, e no final da gravidez fiz alguns exercícios e usei aquelas conchas de preparação com a base rígida. Que é para ser usada no pré-parto. Enfim, eu estava preparada!

Ainda no hospital, a Melissa pegou o seio bem direitinho, as enfermeiras sempre vinham conferir a pega. Teve uma que não acreditou que era meu primeiro bebê, de tão bem que ela sugava!
Ela nasceu no sábado de manhã, no domingo à tarde já estávamos em casa. Naquela noite já tive a apojadura (que é a descida do leite). E assim fomos.
Com 5 dias de vida fomos ao pediatra e a Melissa tinha perdido 300g. "É assim mesmo, não te preocupa! Agora ela vai começar a engordar." Me disse o médico. Não me deu orientação nenhuma sobre amamentação. Ok. Fomos pra casa e continuamos na rotina que eu tinha lido no Nana Nenê - amamentar com intervalos de 2 a 4 horas, 15 minutos em cada seio. O caso é que a Melissa era um bebê muito tranquilo e praticamente não chorava de fome. Dormia bastante entre as mamadas. Então muitas vezes eu que acordava ela pra mamar. E ela dormia no seio o tempo todo. Eu precisava ficar acordando ela várias e várias vezes. E eu nunca sabia ao certo se ela estava mamando o suficiente!
Com 11 dias consultamos com uma ped 'reserva' pois a que eu queria estava de férias. Ela tinha engordado menos de 200 gramas. E ela me disse que eu estava com uma aparência de muito cansada, que eu precisava descansar, pois o stress interfere na produção de leite.  Pedi algumas orientações e ela me disse pra dar um seio só a cada mamada, por pelo menos 20 minutos, pois talvez ela não estivesse mamando o leite 'gordinho' que sai no final da mamada, e por isso não estava engordando mais. E disse que eu tinha que dar complemento pra Melissa. Eu saí da consulta indignada! Como assim complemento? Eu tenho leite, as conchinhas ficam cheias de leite entre as mamadas! Não vou dar complemento nenhum! E assim fomos....

Foi então que eu comecei a perceber que amamentação NÃO é algo tão natural assim e que existem muitas divergências nas orientações dos profissionais de saúde. Cada um diz uma coisa e a gente fica mais do que perdida!

Com 25 dias consultamos com a pediatra 'oficial' e ela tinha engordado 390g desde o nascimento. Ela me explicou que era pouco, que o bebê deve engordar entre 20 e 40 gramas por dia, e a Mel estava engordando 15 gramas, mas que era assim mesmo, que cada criança tem um ritmo, não era pra eu ficar fazendo comparações e me incentivou a continuar tentando. E nessa consulta a Mel foi diagnosticada com refluxo.

Daí começou os 2 meses mais difíceis pra mim desde que a Melissa nasceu. Eram consultas semanais pra checar o ganho de peso, aquela pressão enorme. Eu já ficava nervosa o dia inteiro sabendo que ia chegar a 'hora da verdade' pra saber o peso que ela tinha ganhado.
Eu deixava ela no seio durante 40 minutos, as vezes mais de uma hora pra, no final ela dar aquela golfada gigante que parecia que tinha voltado mais do que ela tinha mamado. E eu ficava cada vez mais desesperada " Essa menina não vai engordar nunca!!!" Cada vez mais estressada, o peito ficando cada vez mais vazio, a produção de leite diminuindo. Eu tentava tirar leite com a bombinha e não saía mais do que algumas gotas.

Foi então que, com quase 2 meses a Dra conversou comigo e me explicou que já tínhamos esperado bastante, ela não estava ganhando peso suficiente e isso poderia prejudicar o seu desenvolvimento físico e até neurológico. Que era a hora de começar a complementar as mamadas com LA (Leite Artificial). Ela me aconselhou a dar uma mamada no peito e uma na mamadeira. 120 ml. Saímos do consultório, compramos uma mamadeira das boas, uma lata de Nan. Dei a mamadeira pra ela. A guria secou a mamadeira em menos de 15 minutos! "Ai Senhor essa criança estava passando fome mesmo! Como eu pude não perceber??" E me senti a pior mãe da face da terra (Porque as mães SEMPRE se culpam de tudo né?)

Daí eu tomei uma decisão que salvou a minha amamentação: Decidi que ia dar o complemento sim, mas só depois de deixar ela sugar um monte em cada peito, a cada mamada! Pois eu sabia que a produção era por demanda! Se eu intercalasse as mamadeiras eu ia passar de 7 para 4 mamadas por dia. E isso ia fazer meu leite secar. 

Um site que me ajudou muito foi o das Amigas do Peito. Recomendo!
E lá fomos nós! 60 ml de Nan depois de sugar no peito por no mínimo 40 minutos.
Resultado: 410 gramas e 3 centímetros em uma semana! (isso dá quase 60 gramas por dia!) e uma mãe muito aliviada!

Daí a pediatra mandou diminuir o Nan (Iupiiii!) e dar 4 vezes por dia ou quando eu percebesse que ela tinha ficado com fome. E foi o que eu fiz.

Mas não foi tão fácil assim, eu chorei muuuuuito, orei muuuuito, quis desistir inúmeras vezes, achava que não ia conseguir amamentar nem por 3 meses. Já começava a me acostumar com a ideia de dar mamadeira. Paciência! Conheço tanta gente que não mamou no peito e esta aí, firme e forte.
Se não fosse o apoio do meu marido diariamente e da minha mãe (em muitas horas no telefone) eu não teria conseguido. Essas coisas abalam a gente e o apoio emocional é fundamental.

Eu só sei que com o passar dos dias, ela foi ganhando peso e eu fui ganhando confiança. Acreditando que meu corpo poderia voltar a produzir mais leite. Pois foi assim que Deus nos criou!


E foi o que aconteceu! Com 5 meses eu fui parando de dar complemento por orientação da médica. De vez em quando dava antes de dormir, mas notei que ela dormia a noite toda mesmo quando eu dava só o peito. Voltei a sentir meu peito enchendo durante o dia, voltei a acordar empedrada de manhã (e feliz da vida com os peitos doloridos! hehehe).

Hoje ela está com 7 meses, Linda, fofa, cheia de dobrinhas, já cresceu mais de 20 centímetros desde que nasceu, não é uma criança enorme (também, com uma mãe de 1,60m e 47 kg queria o que??), mas é obviamente saudável, esperta e completamente apaixonada pela mãe pelos peitos e eu por ela!

2 semanas e mamada em família
Com 2 meses e meio
No próximo post quero fazer algumas considerações sobre amamentação!

Comentários

  1. Tata!
    Legal a tua experiência, é bom ler e ver o que cada mãe passa e como resolve. Que bom que tu tinha teu marido e tua mãe para dar apoio!

    Beijos

    ResponderExcluir
  2. Pela minha experiencia (e de muitas outras que conheço) o início pode ser difícil ou bem difícil, mas é só por um tempo, porque depois fica tão tranquilo e gostoso que vale a pena todo o esforço feito!!! Sempre que posso incentivo as mãezinhas a não desistirem, afinal, amamentei dois, o primeiro por 7 meses e o segundo(Táta!!) por 1 ano e 7 meses!!! Mas também quero dizer que se não for possível, por algum motivo, que não se culpem pois o fundamental mesmo é amar nossos filhos! E curti-los muito, pois o tempo passa muito rápido e quando vemos já estão adultos!!!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Manta Tricô Modular

Estou tricotando essa manta em tricô modular para a Melissa! É uma manta de quadradinhos, mas que é feita inteira, sem precisar costurar um por um (o que seria chaaaato demais!). A receita eu peguei neste blog aqui . A exlicação é muito boa! Bem, vamos as informações técnicas para quem interessar possa... Agulhas circulares #5 (pode ser com agulhas retas também) Lã Premium da Cisne Comprei 2 novelos de cada cor. Cada novelo tem 280m. As cores na foto acima estão meio distorcidas pois não tinha uma boa luz pra bater a foto, então vou colocar as fotos com a cor com o número do catálogo pra vocês verem! Atualizado: Minha inspiração foi nesta manta aqui . Aliás, para quem gosta de tricô e crochê, recomendo dar uma espiada neste blog, vale a pena!